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Sexta-feira, 7 de Março de 2008

Famílias Monoparentais em Portugal

O conceito de família monoparental em Portugal surge com as estatísticas de recenseamento, chamando a atenção para a expressão numérica deste tipo de família.

            “Tendo em consideração os principais indicadores demográficos da última década, observamos um número cada vez maior de famílias com apenas um dos progenitores, o pai ou a mãe, que coabitam sós com os seus filhos” (Relvas e Alarcão;2002).

            Logo, designam-se por monoparentais, as famílias onde a geração dos pais está apenas representada por um único elemento. (Alarcão;2002). Esta situação pode acontecer por vários motivos, ou porque um dos progenitores abandona o lar e o outro não volta a casar, ou porque a mãe solteira fica com o(s)  filho (s), ou adopta uma criança (13) (idem). Karin Wall e Cristina Lobo, fazem a distinção entre monoparentalidade tradicional e monoparentalidade por ruptura conjugal:→A monoparentalidade tradicional explica-se com base em três causas: o falecimento de um dos cônjuges, o celibato associado à procriação de filhos fora dos casamento e a ausência/emigração do cônjuge; e →A monoparentalidade por ruptura conjugal, deve-se essencialmente ás mudanças de perspectiva face ao divorcio, inclusive a autora Torres (1996), faz uma analogia entre o aumento de numero de pais e de mães separados/divorciados com filhos a seu cargo, com o crescimento progressivo da separação e do divorcio na sociedade portuguesa.

Torna-se pertinente referir que as famílias monoparentais não constituem um grupo homogéneo, pois pode existir dentro destas uma enorme diversidade de situações. Por exemplo

 

, há famílias monoparentais que vivem isoladas e outras que vivem com familiares, mães solteiras muito novas com filhos pequenos e mães viúvas a viver com filhos adultos, pais inseridos no mercado de trabalho e outros que nunca trabalharam. Deste modo, é essencial perceber a quantidade de trajectórias possíveis que estas pessoas sós podem adoptar, bem como a variedade de situações abrangidas pelo conceito.

- Perfil das famílias monoparentais em Portugal

Tendo em conta um estudo efectuado pelas investigadoras Karin Wall e Cristina Lobo (1999) sobre as famílias monoparentais, inclui-se um conjunto de variaveis-chave que importa distinguir, (como sexo, estado civil, a idade, o numero de filhos e o nível de instrução), para compreensão da diversidade entre estas famílias.

            Este estudo revela que a monoparentalidade é em Portugal, uma situação essencialmente vivido no feminino, podendo ser assim conceptualizada como uma dimensão da fragilidade social das famílias. Esta situação pode ser explicada por uma razão principal: após um nascimento fora do casamento (ou de união de facto) e depois da separação ou um divórcio, são quase sempre as mulheres que ficam com os filhos à sua guarda. Existem três aspectos principais que traçam o perfil das famílias monoparentais em Portugal. Um aspecto tem a ver com o contexto específico de mudança familiar com que nos estamos a deparar, pois tendo em conta a evolução dos indicadores demográficos, podemos aferir que a proporção de mães e pais sós, separados /divorciados tenderá a aumentar.

            Outro aspecto mostra-nos que existe em Portugal três situações distintas de monoparentalidade: pais e mães sós, geralmente viúvos, que vivem com os filhos adultos, estando pouco inseridos no mercado de trabalho, em especial as mulheres e cuja fonte de rendimento familiar exclusiva é na maior parte das vezes uma pensão mensal da Segurança Social; mães solteiras com menos de 24 anos, a viverem sozinhas com seus filhos menores e com elevada participação no mercado de trabalho, e por fim; mães e pais divorciados a viverem com um ou dois filhos, possuindo um nível de instrução mais elevado e estando mais fortemente inseridos no mercado de trabalho.

            As autoras consideram o perfil actual destas famílias próximo do dos países da Europa do Sul, onde existe por um lado, uma grande proporção do pais e mães sós a viver com os seus filhos, e por outro lado uma inserção domestica caracterizada pela proporção elevada destas famílias para viverem com outras pessoas, nomeadamente com outros familiares formas de apoio familiar prestadas a estas famílias, para que assim estas possam ser inseridas no mercado de trabalho.

            Assim os problemas apresentados reflectem inteiramente a sociedade na qual vivemos.

            Existe hoje uma consciência menos responsável e consciente da vida familiar, embora exista também uma maior fragilidade nas relações, consequência da “separação” familiar. Paralelamente, assiste-se a uma menor estigmatização. Martins diz-nos que “a monoparentalidade é em muitos casos sentida como um fracasso, provocando um processo de marginalização social que se reflecte num sentimento de inferioridade e de desvalorização pessoal sobretudo pela mulher que é, maioritariamente a responsável pela família monoparental”. Esta fragilidade emocional não é de forma alguma sentida apenas pela mulher. A figura paterna encontra-se quase sempre ausente nestas famílias, porque se demitiu das suas funções devido ao afastamento (voluntário, imposto pela mãe ou família materna).            No entanto, é importante salientar que a Família Monoparental não é necessariamente uma família de risco nem tão pouco oriundas desta, estão sujeitas a factores de risco. Tudo depende do modo como a ruptura é gerida pelos cônjuges e de outras problemáticas sociais associadas que aumentam o grau de vulnerabilidade destas famílias, nomeadamente a precariedade económica.

 

 

publicado por CSPS às 14:52
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8 comentários:
De Anónimo a 12 de Março de 2008 às 16:43
Sem duvida a monoparentalidade, em Portugal é uma das principais causas de pobreza/exclusão social...
De barbara a 8 de Junho de 2008 às 18:29
estou a fazer um trabalho sobre a monoparentalidade, muitissimo obrigada pela ajuda... é bem que haja alguem que utiliza a internet para boas coisas... e já agora nada como comentar a monoparentalidade... acho que hoje em dia ja nao se fazem votos com tanta sinceridade como antigamente... os pais, quando pensam em formar familia, deviam estar mais atentos às suas proprias vidas, pois sao as crianças que saem prejudicadas...
bem haja
De maria medeiros a 4 de Setembro de 2009 às 12:48
Bom dia:
Gostei de ler o artigo, mas não foi ai focada uma situação que surge muitas vezes, famílias em que marido e mulher se separam, divorciam, etc , mas mantêm residência na mesma morada. Também aqui podemos falar correctamente em monoparentalidade ?
De Robert a 13 de Dezembro de 2009 às 18:51
Obrigado pela iformação. Deu mesmo jeito.
Goetaria de focar o facto que, o facto dos pais se separarem muitas vezes é melhor do que os filhos assistirem à ma relação entre os pais. O facto de hoje em dia haver mais divorcios é puramente porque não se sentem obrigados a ficar juntos mesmo sem amor só por causa do casamento como era pensado antigamente.
Falo de experiencia propria como filho de pais separados e digo que não o queria de outra maneira. Amo tanto o meu pai como a minha mão mas não suportam um ou outro. Prefiro ter vivido apenas com a munha mão do que ser criado nesse mau ambiente.
De Luis Monteiro a 17 de Novembro de 2010 às 11:01
Bom dia,
Gostaria de saber se uma Mãe divorciada com 2 filhos menores a cargo, vivendo com um companheiro á cerca de um ano podera ser considerada familia mono parental pelo facto de esta se encontrar divorciada e a existencia do dito individuo como membro do agregado seja sonegada.... ????
De virginia a 13 de Outubro de 2012 às 18:30
estou a separar me , tenho 1 filho e tenho a guarda provisoria , sera que posso refazer a minha vida a 200 ou mais kilometros de distancia do pai
De susana a 30 de Janeiro de 2013 às 00:39
Até pode refazer a sua vida a 20km. A distância está na sua cabeça. Autonomia e independência em tudo, estabilidade pessoal, relação funcional e harmoniosa com o filho. Tudo é possível, com muito, mas muito, mas mesmo muito esforço, sacríficio e cedência. Não é necessariamente mau, quando o resultado final é brilhante. Ou nos derruba ou nos fortalece. Opte
De Mark a 16 de Abril de 2013 às 04:52
Se quiser ser acusado de rapto forca quanto mais longe melhor.

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